Empreender com Comida
Como montar um restaurante: a base que ninguém te conta
maio
Como Montar um Restaurante: Dicas Reais para Empreender com Comida
Fui empresário no ramo da comida japonesa por mais de 10 anos. Durante esse tempo, construí um case de sucesso. Mas não fiz isso sozinho — tive a sorte de cruzar o caminho de pessoas incríveis que me ensinaram muito e contribuíram diretamente para o meu crescimento.
Desde muito jovem, sempre tive vontade de ter meu próprio negócio. E, sinceramente, ter conseguido realizar esse objetivo já foi, por si só, uma grande conquista. Claro, o caminho não foi nada fácil. Foi longo, cansativo e cheio de aprendizados (muitos deles na prática e na dor).
Resolvi criar esse espaço para compartilhar, de forma real e transparente, tudo o que aprendi ao longo dessa jornada empreendedora no setor de alimentação. Sei que é impossível transmitir tudo — cada negócio é único, cheio de variáveis. Mas quero mostrar o que ninguém te conta, especialmente no começo.
A verdade sobre empreender com comida
A primeira coisa que você precisa saber: no início, você vai trabalhar 7 dias por semana, 14 a 15 horas por dia. E vai precisar fazer de tudo: administração, compras, contabilidade, RH, atendimento, limpeza… tudo mesmo.
Se você acha que vai abrir um restaurante e apenas contratar pessoas para cada função, sinto te dizer: isso não funciona no começo. Para contratar, você precisa entender — minimamente — como tudo funciona. E isso exige tempo, paciência e estudo.
Contabilidade: a dor de cabeça invisível
Vou dar um exemplo simples: contabilidade. Parece só “imposto”, mas na prática envolve:
- Regime tributário
- Margem de lucro
- Quanto você vai pagar de impostos sobre vendas
- Conhecer a convenção coletiva dos funcionários (salários, carga horária, direitos)
- Saber que delivery tem outro sindicato, outras regras, outros encargos
E isso só no item contabilidade. Isso se você já contratou um contador parceiro — porque se não tiver, a chance de errar e pagar multas é enorme.
Compras: o coração do restaurante
Depois vem compras: encontrar fornecedores confiáveis, verificar formas de pagamento, pedido mínimo, horários e dias de entrega, datas de validade, marcas… tudo precisa estar na ponta do lápis.
Isso também exige organização, negociação e planejamento.
O plano de negócio: sua raiz
Sem um plano de negócio (BP) bem estruturado, você estará andando no escuro. Essa é a raiz de tudo.
Montar um restaurante é diferente de montar uma rede. E montar uma rede é diferente de ser franqueador. São jogos diferentes com regras diferentes. E acredite: eu também achava que era só colocar dinheiro e contratar equipe. Mas a vida me ensinou que antes de contratar, você precisa entender. E muito.
A ilusão do “cozinheiro bom”
Um dos comentários que mais ouvi foi:
“Fulano cozinha muito bem, daria um ótimo restaurante!”
Eu nunca fui cozinheiro profissional, e no começo eu nem entendia o porquê de escutar isso. Mas hoje eu sei: cozinhar bem é só um pedacinho minúsculo do que é empreender com comida. Ter um bom restaurante exige uma visão muito mais ampla.
A virada: persistência e transformação
Quando comecei, eu era CLT, totalmente leigo. Ingênuo, sem visão de dono, sem pró-atividade. O negócio me mudou. Me fez crescer como pessoa e como profissional. Foi um processo duro, mas transformador.
Aprendi que montar um restaurante exige persistência, vontade de aprender, e principalmente: renúncia. Você vai ter que abrir mão de tempo livre, de finais de semana, de vida social, por um bom tempo.
Mas, ao mesmo tempo, se você tiver propósito e clareza, vai valer a pena.
Hoje, mesmo tendo encerrado esse ciclo, continuo aprendendo todos os dias — inclusive ao escrever esse post. E essa é a principal motivação para começar esse blog: não deixar morrer tudo o que aprendi.
O começo de uma nova jornada
Com o tempo, vou criando outros posts para compartilhar mais experiências e dicas sobre empreender com comida.
Se precisar de ajuda ou quiser compartilhar suas dúvidas, deixe um comentário. Será um prazer ajudar você!
